Sargento Manoel Silva Rodrigues foi detido pela Guarda Civil espanhola durante voo da FAB, que fazia parte da comitiva de apoio de Bolsonaro em viagem ao Japão, em junho.

A foto da mala com 39 kg de cocaína que foi apreendida com um militar brasileiro em Sevilha, na Espanha, foi divulgada pelo jornal “El País” nesta quarta-feira (3).

O segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi detido pela Guarda Civil espanhola ao chegar ao aeroporto da capital da Andaluzia em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), que fazia parte da comitiva de apoio do presidente Jair Bolsonaro em viagem ao Japão, em junho.

A droga estava em 37 pacotes de um pouco mais de 1kg e quase todos enrolados em fita de cor bege. Apenas um deles estava envolto com uma fita amarela. A foto foi tirada ao lado do raio-x, que permitiu que os agentes espanhóis detectassem facilmente a presença do entorpecente na mala de mão do militar.

A aeronave em que estava o sargento, que atua como comissário de bordo em voos da FAB, costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente em viagens longas, e, por isso, fica à disposição da presidência para quando ele pousar no destino.

A viagem de Bolsonaro a Osaka – cidade no Japão onde ocorreu o G-20 – deveria passar por Sevilha, mas o avião com o presidente pousou em Portugal. Fontes militares confirmaram que a rota mudou por causa do incidente.

Investigação

A polícia civil da região da Andaluzia concentra seus esforços em localizar quem receberia a droga das mãos do sargento brasileiro. As investigações apontam que o sargento tinha um encontro no hotel onde ficaria com o restante da tripulação do avião para descansar durante a escala.

De acordo com o jornal “El País”, o fato de o militar não ter tido o trabalho de tentar ocultar o entorpecente, por exemplo, camuflando-o entre roupas, leva a polícia a suspeitar que ele não temia ser submetido a nenhum tipo de controle alfandegário por fazer parte da comitiva do presidente brasileiro.

Na segunda-feira (1º), a FAB fez buscas num apartamento de Rodrigues no Distrito Federal. O resultado da operação foi mantido em sob sigilo e, por isso, a instituição não informou se algo foi apreendido.

O segundo sargento tinha direito a um imóvel funcional, na Asa Sul, no Plano Piloto. Porém, ele não morava no apartamento cedido pelo governo e optou por viver em Taguatinga, a 30 km do centro da capital.

Trajetória do militar

O sargento Rodrigues teve a vida investigada pela Inteligência brasileira antes de entrar para o Grupo de Transporte Especial da FAB, em 2010.

Ele se mudou para Brasília em 1998. Em 2000, começou a trajetória na Aeronáutica. Quatro anos depois, Rodrigues prestou o concurso da FAB para taifeiro – profissional dedicado ao serviço de copa, mesa e camarotes oficiais. O militar foi aprovado em 6º lugar.

No ano seguinte, em 2005, fez o curso de formação de comissário de bordo. Agora, ele aguarda o julgamento do processo na Justiça Espanhola na penitenciária Sevilha 1, onde divide uma cela com um outro detento.

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