Pouco depois do meio dia, os fogos já anunciavam a chegada da imagem, seguida da procissão

Nesta quinta-feira (11), pouco depois do meio dia, os fogos já anunciavam para os milhares de fiéis que estavam em frente à Basílica do Senhor do Bonfim a chegada da imagem, seguida da procissão. A partida foi na Igreja da Conceição, oito quilômetros distante dali. Baianos e turistas se uniram para aplaudir a imagem na maior festa religiosa da Bahia – a Lavagem do Bonfim.

As bênçãos foram dadas pelo reitor da Basílica, cônego Edson Menezes da Silva, que destacou a importância do combate à intolerância em todas as esferas. “Temos que difundir a solidariedade, a reconciliação e as relações interpessoais. Cada um pode contribuir e lutar por um mundo melhor, fazendo o bem”, destacou durante a missa.

 Fitinhas do Bonfim

Uma das marcas da Lavagem é a cortina de fitinhas do Bonfim que se forma com cada uma que é amarrada pelos fiéis no gradil da igreja. Também conhecida como medida do Bonfim, as fitinhas medem 47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo, Senhor do Bonfim. A “medida” era confeccionada em seda, com o desenho e o nome do santo bordados à mão e o acabamento feito em tinta dourada ou prateada.

 Sincretismo religioso

Ao chegar o cortejo, as baianas seguem uma tradição milenar e lavam com água de cheiro o adro da Basílica. Um pouco mais à frente, pais de santo davam banhos de pipoca e de folhas nos fiéis em frente à escadaria da Basílica. Essa é a forma de quem é do Candomblé saudar e cultuar Oxalá, agradecendo e pedindo forças.

 História

O culto ao Nosso Senhor do Bonfim começou em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão Português Teodósio Rodrigues de Farias cumprindo uma promessa que fez depois de ter sobrevivido a uma forte tempestade. As homenagens, no entanto, iniciaram de fato em 1754, ano em que a imagem foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria igreja, construída na Colina Sagrada.